SOHAM Jñana
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O propósito de nossa vida não será o de toda vida, um só e não um para cada um?
Mas quem é aquele que coloca essa tão pertinente pergunta?
Já reparou que ela contém uma premissa? A premissa de que aquele que pergunta sabe quem é.
Porque, se nós ignoramos quem somos, nenhuma resposta fará qualquer sentido. Afinal, qual o sentido de qualquer afirmação feita por quem nem sabe quem é?
Por isso, Jesus orientava seus discípulos a se conhecerem, explicando que: “Quando vos conhecerdes sereis então conhecidos e sabereis que sois os filhos do Pai, o Vivo. Mas se não vos conhecerdes, então estareis na pobreza, e sereis a pobreza.”
Saber quem somos é desafiador, pois, se formos coerentes, passaremos a viver o que somos, reencontraremos nossa missão de Alma e o propósito da vida não será mais uma dúvida, uma pergunta, um questionamento, será o resto de nossa caminhada no mundo.
SOHAM Jñana
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Nunca devemos pedir desculpa por falar com nosso coração. Nunca se fala indevidamente quando se expressa o que jorra da nossa Alma. Não será por expressarmo-nos e manifestarmo-nos que nós poderemos entristecer o próximo, mas certamente o podemos pelo que nós não dizemos ou não fazemos, quando, em verdade e em Amor, queremos dizer ou fazer.
SOHAM Jñana
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“Uns poucos muitos serão primeiros e se farão últimos para os últimos serem os primeiros”. Como podemos observar, Jesus não disse “um será primeiro”, mas “uns serão”. Já Jesus se queixava então de que o trabalho era muito, mas os obreiros bem poucos, hoje a situação se repete... Quem ouve o Chamado do Pai? E dos que o ouvem, quantos fingem não perceber totalmente, ou pedem mais um tempo?
SOHAM Jñana
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Não quero nada, nem sequer o nada! Meu único querer é regressar a Casa! Tenho Saudade do Pai! Quero voltar!
Esse voltar não ocorrerá com mais um passo, nem com o ficar onde se está. Ocorrerá através do abismo. Um abismo que lembra um pai que brinca lançando seu filho no alto enquanto ele, confiante que regressará aos seus braços, ri de felicidade, numa entrega total, pois sabe que nunca os braços do pai lhe faltarão para recebê-lo.
Viver nessa abismal entrega faz que não se esteja mais criando o nosso mundo, ainda que ele continue de surgir, diretamente do caos, para nossa experiência.
Ao caminhar assim, um mundo de vivência ainda vai surgindo, mas não é mais criado por nós, apenas é aquele que surgiu, nem sequer o julgamos bom ou mau; é o que surgiu para nossa experiência de caminho.
Não mais estamos caminhando por nossas criações mentais nesses sucessivos passos em que apenas surge o chão quando colocamos um pé no abismo ao mesmo tempo em que desaparece o chão onde o outro pé ainda estava pousado.
Não há caminho para trás nesse descaminho do mundo onde sabemos sempre onde estamos, mas não sabemos para onde vamos. Por quê? Porque não nos importamos, não estamos criando um caminho por onde ir, estamos voltando para Casa.
Tornamo-nos cegos para o mundo, fechamos os nossos olhos e entregamos nossa mão na mão do Pai para que ele nos guie. Não mais precisamos ver as coisas do mundo, não mais alimentamos o nosso olhar dual, porque, senão, poderemos nos assustar vendo uma parede e sentindo que o Pai nos está levando diretamente contra ela e então puxar pela mão do Pai dizendo: “cuidado está ali uma parede”. Só que, se mantivermos os olhos fechados, passaremos pela parede nunca tendo sabido sequer que alguma vez ela existiu.
Não existiu porque não lhe demos forma com nosso olhar, ela sumiu diante de nossa entrega.
O Caminho de regresso a Casa nunca será um caminho que nós construímos. Por isso, devemos, em primeiro, nos tornar criança para depois morrer para o mundo e nascer de novo só para Deus. E será enquanto criança, nascida de novo, que, quando chegarmos à fase de criança de sete dias, o Ancião dos Dias nos perguntará pelo Lugar da Vida, e, então sim, saberemos responder.
Saberemos que o Lugar da Vida é na Câmara Nupcial, saberemos onde ela está e para lá nos dirigiremos, pois é lá que se rasgarão os véus da ilusão da separação e se ativará a Chave do retorno, de tudo e todos, a Casa, de onde, em Absoluto, nunca saímos.
SOHAM Jñana
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Conhecer sem cognição, e sentir sem percepção, a presença de Deus, para além de Deus, em nós, nos envolve numa nuvem de tranquilidade (que nos permite passar pela azáfama do mundo sem nunca nos tornarmos parte dela), de repouso na ação, que nos faz melhor entender um dos aspectos do polissêmico dito de Jesus: "Se vos perguntarem qual é o sinal do vosso Pai que está em vós?
Respondei: é movimento e repouso."
SOHAM Jñana
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O que se encontra?
O Princípio Vital Imortal, a Chave do Absoluto, a forma de manifestar no mundo a essência divina em nós e em tudo (Amor Divino), cuja manifestação irá rasgar os véus da ilusão da separação e nos descobrir o rosto de Deus em Oculto.
Então, a perturbação proverá do fato do Ser, que encontra, descobrir quem realmente é, quem todos são e o que tudo é, já não conceitualmente mas em verdade, em pura consciência.
A perturbação virá também do fato da personagem - ilusão de Ser relativo, limitado e separado com a qual até então se identificava -ter de morrer para deixar surgir quem, em Absoluto, nunca deixou de Ser...
Aqui obviamente os alquimistas espirituais se lembrarão da prova, interna, da Fênix. Teremos, então, a visão da vacuidade desde a ilusão do algo, visão essa, sempre perturbadora.
SOHAM Jñana
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“Deus é um círculo cujo centro está em toda a parte e a circunferência em parte alguma”, disse um dia Pascal.
Isso me faz lembrar como cada um de nós encontra-se num ponto pessoal e único de afastamento do centro em si.
Só através da nossa interna experiência com o divino, com tudo o que a Ele nos liga, nossa consciência individual poderá dirigir-se, do seu ponto de afastamento (ilusão de separação) autocriado (consciência), para o seu centro.
Ao longo desse percurso, nos é revelado, ou, melhor dizendo, desvendado o âmago da Verdade.
Afinal, ela está, e sempre esteve, ao alcance de todos.
Por isso mesmo ela só se revela de forma individual, própria a cada um.
Assim sendo, procurar a Verdade fora de nós, ainda que seja junto dos que dizem tê-la encontrado, é caminhar para a circunferência do nosso ser crendo que estamos nos dirigindo para seu centro.
É preciso vazar o cálice do conhecimento adquirido - todo ele externo, como seu nome indica -para podermos, enfim, (re)encontrar a Sabedoria Perdida, aquela que não sabíamos que sabíamos, que não surge quando queremos medi-la, exibi-la ou testá-la, mas tão só quando ela é realmente necessária, como instrumento de serviço da nossa missão de Alma diante do Chamado de Deus.
SOHAM Jñana
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Nós, seres humanos, somos, por vezes, bem estranhos!
Ao longo de nossa vida obedecemos à vontade dos nossos pais, mais tarde dos nossos professores, mais tarde dos nossos patrões, e até à do nosso coração… mas quando realmente nos preocupamos em conhecer e cumprir o desígnio de Deus, o nosso propósito de vida, a nossa missão de Alma?
Tantas vezes, Deus, que dizemos amar e procurar, surge em nossas vidas e nos diz: “Eis-me aqui, vêm, retorna a Casa!” E nós, quantas vezes nos ouvimos exclamar, incoerentemente: “Nem pensar! Deixa-me ainda procurar por ti!”.
No entanto, não há porque adiar. É HORA!
O único momento é, sempre foi, e sempre será, AGORA! Por isso, já dizia Jesus: “Aquilo de que estais à espera já chegou, vós, porém, não o reconheceis”.
Infelizmente, ao querermos sempre apanhar a próxima carruagem, estamos constantemente de partida e acabamos por não irmos a parte alguma.
Por isso, o mundo está cheio de promessas não cumpridas, de decisões eternamente adiadas, de esperanças que colocamos no nosso caminho como se coloca uma inalcançável cenoura diante do burro para fazê-lo avançar mais um passo, dia após dia, até à morte que sela uma vida vã.
Já Fernando Pessoa, o profeta do "Quinto Império", perguntava: “Quem vem viver a Verdade que morreu?” Ninguém respondeu ao seu repto... Nem ele mesmo!
Pois é, muitos falam do Caminho! Mas quantos estão realmente no Caminho, não em pensamento, em reflexão, em meditação, em palavras sentidas e partilhadas, mas em palavras tornadas VIDA, em palavras VIVIDAS numa total coerência?
Sinceramente, pouco importa quem, pouco importa quantos, pouco importa que o próximo, o irmão, o amigo, o familiar, o conhecido ou o desconhecido, estejam trilhando ou não esse caminho "de descaminho do mundo" que nos leva ao Retorno, a Deus para além de Deus. Só importa olharmos para nós mesmos e perguntarmo-nos: Quem sou eu em verdade? Quem é aquele que coloca esta pergunta? O que é Deus em verdade? Qual o sentido da vida? O que estou fazendo da minha vida?
Se não encontrarmos, em primeiro, uma resposta a estas questões, qualquer trilhar espiritual não passará de um edifício sem alicerce que, mais cedo ou mais tarde, ruirá sobre si mesmo levando-nos, com seus escombros, numa morte que soará como um gongo final sobre uma vida vivida em vão. Uma vida morrida e não vivida como diriam, em sua linguagem, os sábios do sertão.
Sem antes encontrarmos em nós o “Lugar da Vida” - pelo qual seremos, um dia, inquiridos pelo ancião dos dias - a vida não terá sentido nem se cumprirá nela mesmo. Esse é seu paradoxo.
Com meu fraterno abraço, deixo-vos aqui, mais este convite à reflexão.
SOHAM Jñana
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A nossa consciência é a bolha na qual vivemos e fazemos o nosso mundo. Por isso, devemos procurar nada projetar nela, deixá-la ser transparente para que possamos ver o Caminho. E, quando não estiver totalmente transparente devido à poeira de nossos pensamentos e lixo mental, basta fazer como nos para-brisas dos carros, mandar uma boa aguada (de Amor) nesses pensamentos e passar sobre ele o limpador de para-brisas (da indiferença, ou do “tanto faz”). Logo conseguiremos melhor prosseguir no caminho.
SOHAM Jñana
imagem retirada da net
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